Sabe aquela sensação estranha de estar flutuando, fora do ar, fora de si? É assim que tenho percorrido. Ou ao menos sobrevivido. As coisas estão confusas, fora de ordem; está difícil prosseguir. Já não me importa mais se faz frio ou calor, se lá fora chove ou não. Não consigo distinguir cores, se são foscas, brilhantes ou simplesmente escalas cinzentas. Medo de algo ruim acontecer já não existe..não faria diferença. Dias nebulosos, frios e com muita garoa.. por que não se sentar numa praça vazia qualquer e ficar observando o vazio? Olhar para os lados e não contemplar ninguém, somente o branco de paz que fugiu do coração e se esvaiu pelo ar, em forma de neblina? somente as ruas desertas; somente uma garota, que tenta ser normal, amar as pessoas, cultivar sentimentos. Noites estreladas, agora significam tristeza; pedidos excitantes às estrelas já não são mais feitos.. a única coisa que sai, são as lágrimas que descem queimando a pele, como se não fosse apenas uma substância neutra do organismo, e sim uma porção de componentes químicos que descem queimando, causando crateras, colocando o interior para fora. Como se não doesse. Os dias correm e eu, ah..eu tenho passado por eles, sem ao menos os cumprimentar! É, não deveria; e sei que tudo essa reviravolta vai passar. Mas, dói, dói muito ter que deixar pra lá o que mais lhe importa, lhe agrada, lhe faz bem! Fazer o quê?! Ninguém disse que no mundo seriam somente proezas!
Wend (10/05/2012)
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