terça-feira, 26 de junho de 2012

Tardes de Sábado!


     E por detrás de uma vidraça coberta por uma bela persiana, estou a escrever. Os dias tem sido tão amenos, vagarosos... Tenho tentado me concentrar em meus projetos, trabalhos, estudos; mas tem sido tudo muito exaustivo. Olho para as pessoas, as vejo com tristeza, com olhos pesados por tantas lágrimas represadas que, ao longo do caminho, tiveram oportunidade de ir, mas não se foram!
    Além disso, está difícil distingui-las, discernir quem torce por mim e quem quer me levar para baixo. São tão superficiais..
    Os dias tem passado correndo por minha vida, só não sei dizer o porquê! Deveras à correria diária (matutina, vespertina e noturna!), onde o trabalho, as tarefas da casa e o colégio, tem arrancado de mim, o labor desta vida. Sim, o que há de melhor!
    Já não mais contemplo o nascer do sol, as nuvens dançando, os pássaros alegremente cantando, nem a brisa soprando as folhas. Ah, e o café? Também não tenho mais me sentado naquelas lindas banquetas pretas, nem apreciado o aroma diversificado de cafeína, chocolate e chantilly. Agora é tudo instantâneo, rápido, pronto. Já não mais observo também com sutileza as pessoas passando apressada e assustadoramente nas ruas. Agora sou como elas! E o por do sol? Não mais vi! E era o que eu mais gostava. Mas o que posso fazer se preferi vir para cá, para esse mundo e conviver com os mortais?! Agora tenho que ser como eles e, consequentemente, deixar de lado toda a preciosidade que Papai me concedeu!
     Atualmente, não sei o que seria de mim sem as tarde de sábado: FAZENDA! É tudo o que me restou! Corro do trabalho para casa, tomo um banho instantâneo, tiro o pó do meu par de botas favorito, ajeito os cabelos por debaixo do chapéu de palha que adquiri numa das viagens, boto jeans e jaqueta de couro, corro para minha pequena coleção de óculos escuros (é claro que nem todos são originais)e por fim, adocico ainda mais a minha tarde com o meu aroma predileto: Accordes Lummiere Silver (talvez porque o felizardo que eu amo demais e me deixa sempre triste, foi quem me deu de presente).
    Tudo preparado, ansiedade correndo nas veias, coração do peito querendo sair, pé na estrada e Deus na direção! São horas a pique, contemplando a natureza, a dádiva, enfim a beleza que Papai do céu criou!
    São ervas, plantas grandes e árvores gigantes; lagos, represas e rios; cada um com sua beleza particular. Há animais por toda a parte, desde pernilongos até bois "brabos". Cheiro de mato, leite quente, abraço apertado, som de viola, comida bôoooua! Eita, que maravilha! Logo o sol se vai; por fim contemplamos sob escuridão, o céu estrelado, forrado de luz divina e encanto e então, mais do que nunca, sentimos a presença do Criador!
    E cantando ao relento, a manhã vem de mansinho chegando, preguiçosamente. De repente o sino soa, anunciando que Papai do céu nos aguarda para mais um encontro; unidos, vamos todos juntos para o templo e enfim o adorar, agradecer e louvar, por mais um dia de vida e digo com alegria: Ele é o único merecedor; sim, meu único Salvador! 
      O dia prossegue com euforia, viola continua afinada, pessoal todo contente, criançada agitada; todos de "bucho" estourando. E então, eu vou para o meu particular predileto, sim..aquele balanço lá do alto, onde me repouso,  ouço o silêncio aceno para os bem-te-vis, pisco para os pardais, "proseio" com o céu, desejando ir além .. além do horizonte!


Wend (01/05/2012)

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